terça-feira, 8 de novembro de 2011

Computadores, Ferramentas Cognitivas- desenvolver o pensamento crítico nas escolas

        
         O texto de David H.Jonassen pretende colmatar a inexistência de orientação clara e sustentada das tecnologias educativas. O autor defende que o computador é um meio de aprendizagem essencial nos contextos escolares,desde que este seja usado de forma organizda e fundamentada, o que tradicionalmente não acontece, pois esta tecnologia é usada essencialmente para ensinar os alunos a descobrir as suas potencialidades, executando posteriormente as suas acções de forma mecânica.
          Segundo o autor, ferramentas cognitivas são aplicações informáticas que exigem que os alunos pensem de forma significativa de modo a usarem a aplicação para representarem o que sabem, ou seja, é através das ferramentas cognitivas que os alunos demonstram os seus conhecimentos e os seus saberes de forma criativa.

Aprender apartir de computadores

          Os alunos em contexto escolar aprendiam alguns conteúdos programáticos através do uso de computadores, onde tinham acesso a exercícios de repetição e treino, de tuturiais e de sistemas tuturiais inteligentes. A teoria behaviorista defendia que os exercícios eram baseados no reforço de associações (estímulo e resposta), ou seja, quando se introduziam as respostas obtinha-se um feedback através de caras sorridentes ou outra dinâmica do mesmo género, o que levava a uma maior distracção do aluno, tendo por base o automatismo na utilização das aplicações.
          Poderemos argumentar que a grande diferença entre exercícios de repetição e treino e as tuturiais, é a possibilidade que o segundo promove aos alunos uma oportunidade de correção das respostas incorrectas.
          Outra forma de aprendizagem apartir do uso do computador é através dos sistemas tuturiais inteligentes, onde a inteligência é feita sob a " forma do modelo de alunos", onde a informação que o aluno tenta resolver é comparada a um modelo de um especialista que está pré-definido, sendo que quando há uma falha por parte do aluno o sistema promove o "ensino de remediação adequada".

Aprender sobre computadores

          Como é que na década de 80 os professores/educadores começariam a usar os computadores como uma ferramenta cognitiva? Surgiram algumas questões e daí chegaram à conclusão que o essencial seria ensinar as componentes físicas do computador, pois se não tivessem conhecimento suficiente tudo o restante não seria validado como essencial.
          Actualmente a literacia informática já não funciona desta forma, pois cada vez mais o acesso aos computadores é feita precocemente a nível familiar e de forma espontânea sem necessitar de grande ajuda. Outro motivo é o facto de que para utilizarem o computador de forma produtiva não é necessário terem conhecimento específico das partes físicas do computador e, uma última razão reflecte-se nas competências que os alunos obtinham de forma espontânea o que nem sempre se coaduna com os objectivos pedagógicos das escolas.
          Poderemos concluir que quando usufruímos de uma ferramenta como o computador estamos mais focados na tarefa que estamos a realizar do que propriamente nas componentes físicas do computador.

Aprender com computadores

          Através desta ferramenta cognitiva as crianças poderão desenvolver diferentes capacidades intelectuais e cognitivas. Os computadores apoiam a construção de conhecimentos, a exploração de saberes, a aprendizagem pela prática, conversação e reflexão.

Ferramentas cognitivas para aprendizagens construtivistas

         As ferramentas cognitivas são ferramentas informáticas adaptadas ou desenvolvidas para funcionarem como pareceiro intelectuais dos alunos, de modo a estimular e facilitar o pensamento crítico e a aprendizagem de ordem superior, podendo também ser consideradas ferramentas de ampliação e reestruturação cognitiva que poderão ultrapassar as limitações da mente.
         Segundo Derry, as ferramentas cognitivas são dispositivos, quer mentais quer informáticos, que apoiam, guiam e aumentam os processos de pensamento dos seus utilizadores.
          Com as ferramentas cognitivas poderemos envolver os alunos na criação de conhecimentos, onde poderão ser trabalhadas a compreensão e concepção da informação e não somente a reprodução dos conhecimentos transmitidos pelo professor.

Porquê usar ferramentas educativas?


          As ferramentas cognitivas promovem a aprendizagem significativa, tal como nos relata Jonassem, Peck e Wilson (1999), que nos dizem que a aprendizagem significativa deve ser activa, construtiva, intencional, autêntica e coopertativa, isto porque o aluno através do uso dos computadores pode ser activo na busca de novos saberes para diferentes conteúdos programáticos, pode ser construtivo e intencional nas suas aprendizagens desenvolvendo o seu pensamento crítico e pode ser ainda autêntico e cooperativo pois consegue "trabalhar" com os pares realizando tarefas que se enquadram em situações do mundo real onde se insere.
          Mas, se o uso de computadores parece tão essencial nos nossos contextos escolares, como justificar o significado do saber e como chegar ao saber? As teorias construtivistas preocupam-se com estes novos métodos de ensino e questionam a forma como os alunos constroem o seu conhecimento. Para os teóricos construtivistas nós construímos a nossa própria realidade através da interpretação das nossas experiências no mundo, por isso os alunos não devem aprender apenas ouvindo os professores, mas sim interpretar aquilo que este diz, de acordo com as suas próprias experiências, convicções e conhecimentos.
          Segundo Pea (1985), as tecnologias cognitivas são ferramentas que podem ser proporcionadas por qualquer meio e que ajudam os alunos a transcenderem as limitações das suas mentes, tais como as limitações de memória, de pensamento ou de resolução de problemas. O mesmo autor relativamente à funcionalidade das tecnologias educativas, refere que as ferramentas cognitivas servem para ampliar e reestruturar o funcionamento cognitivo dos alunos durante a aprendizagem e para os envolver em processos cognitivos, enquanto constroem conhecimento, que de outra forma não seriam capazes de fazer.
 Ferramentas cognitivas versus ferramentas de produtividade
          A expressão aprender a apartir de computadores e aprender sobre os computadores deveria ser substituída pela expressão aprender com computadores, isto porque, através das aprendizagens realizadas através desta ferramenta, os alunos conseguem desenvolver destrezas informáticas que os tornaram posteriormente mais autónomos e eficazes num mundo de trabalho, onde o que mais importa por vezes é a produtividade que é apresentada.
Ferramentas de construção de conhecimento versus
ferramentas de uso de informação
         
          Existe uma grande diferença entre estas duas formas de ferramentas possíveis. A primeira, podemos interpretar como sendo uma fonte de busca sem qualquer intencionalidade, sendo que a segunda será usada para aquisição de novos conhecimentos que leverão a que o sujeito desenvolva o seu pensamento crítico.
        
          Podemos concluir que as ferramentas cognitivas acabam por ser consideradas como ferramentas do conhecimento, que utilizam diversos programas de aplicações informáticos. O processo de utilização dessas ferramentas como formalismos para representar as ideias que estão a ser aprendidas em fases de conhecimento pessoais, representa uma abordagem alternativa à integração dos computadores nas escolas. As ferramentas cognitivas representam uma forma eficiente e eficaz de integrar os computadores nas mesmas e, como tal, poderão ser usadas transversalmente no currículo escolar, podendo ser considerados parceiros intelectuais que facilitam a construção de conhecimentos e reflexão por parte dos alunos.

Reflexão produzida apartir do texto de:

Jonassen, David H.(2007), O que são ferramentas cognitivas? O que fazem? In Jonassen, David H.(2007),   Computadores, Ferramentas Cognitivas  (14-33), Porto, Porto Editora

1 comentário:

  1. Olá queridas alunas,
    Parabéns pelo vosso blog! Esta muito bem conseguido em termos visuais, o layout adaptado ao nivel etario em que trabalham, boa legibilidade, apenas dois reparos: diminuam o texto do subtitulo (missão do blog) e devem destacar um pouco mais o titulo em si, talvez usando o bold ou aumentando um pouco o tamanho da letra.
    A sintese do texto do David Jonassen está muito bem conseguida: vê-se que estudaram o texto original e que souberam destacar as ideias chave de uuma forma bastante personalizada. O que falta? Apenas falta no final a referencia ao texto que serviu de base à vossa pequena recensão. Usem as normas da APA, eu na terça feira explico como devem fazer!
    Abraço
    CC

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